quinta-feira, 5 de setembro de 2013

"A Porta"






A Porta...
A porta fechada
É a entrada não mais encontrada

Paisagem trancada

A porta em tom caramelo cheia de nervuras

Afasta nossas antigas agruras

Acalma os nervos, agora sem mais gravuras

Nem fotos, ou palavras doces ou duras

A porta aparta dentro e fora

A porta aborta já não era sem hora

A porta divide o agora e o outrora

Separa a ida da saída

Fico pra dentro nessa história

Você fica fora pra sempre no vácuo

A dor da porta que bate

Talvez suporte a dor da árvore no abate

Machado faminto veloz e certeiro

A seiva lágrima sangue do ceifeiro

Dentro da porta - o silêncio berra calado em gritos

Fora da porta - a batida cala o eco da mudez sussurrada

Agora fragmento-me assim como a sua partida

Agora despedaço-me como a madeira da porta

Agora sou a assistente do mágico, dividida em partes

....perdida

Agora sou paixão do beco escuro do Jack Estripador que fala ao pé do ouvido com amor:
– Vamos por partes.

Assim sangro seiva e passo na cara óleo de peroba

Assim a porta expele sangue e a hidrato com creme de aveia

A toda hora a porta abre

A toda hora a porta fecha

Você não chega

Você não vem

A porta...
Vale menos que uma porca morta
Descobri hoje
Você é uma porta!
Mas quem se im...porta?






por.ta

Abertura na parede de um edifício, desde o nível do piso até uma altura conveniente, para permitir a entrada e a saída. 

2. Peça de madeira ou outro material que serve para fechar essa abertura. 

3. Peça com que se fecham certos móveis, veículos etc. 

4. Entrada, meio de acesso, admissão, participação ou gozo. 

Arrombar uma p. aberta: fazer trabalho inútil. 

Casado atrás da p.: amancebado. 

Dar com a p. na cara de alguém: 

a) fechar a porta diante de alguém que está prestes a entrar; 

b) negar-se a receber. 

Surdo como uma p.: muito surdo.