Os pensamentos da menina, voam como pássaros e assim insistentemente
circulam a sua volta, nem ameaçam parar, são a roda gigante incessante, o
carrossel impossível e desgovernado, um desfile bendito/maldito de sonhos.
A menina não mais os tolera, não mais os doma,
malditos/benditos, com as mãos desesperadas tenta afugentá-los, mal ameaçam
partir e já estão presentes atormentando-a. Muitas vezes parecem dóceis, n’outros
momentos são insanos, imundos, ásperos, voam em desespero e se dispersam num
caleidoscópio visceral.
Manada, matilha, cardume, revoada de pequenos demônios/anjos
famintos de uma mente, se dispersam e entram dentro de sua saia, e lá
desaparecem dentro de seus desejos, na fome/sede de seus dias, suas ideias vãs,
memórias de menina viva, pensamentos de menina/morta, viva do querer voar,
morta de vontade de pecar, sonhos molhados.
Sua trança é a corda para que meninos imbecis se enforquem, madeixas
de gueixa que para sem queixa se afoguem na floresta sedosa arredia. Sua pele
tão alva é a neve que congela coraçõezinhos infandos, lábios rosados de cima
abaixo são a sombra do mal, a delícia do mel.
Por hora põe os pensamentos úmidos na gaiola e os tranca,
castigados, presos...
loucos para fugirem e se debaterem... por aí,
pulsando...
bicando...
alados...
ardendo...
insanidade, malícia, maldade e delícia que existe dentro de todos nós, mas poucos sabem sobre estes escrever e têm coragem para isso.. beijo césar, é sempre um suspiro, mais que um texto.
ResponderExcluirStokrotka
ResponderExcluir