sexta-feira, 31 de maio de 2013

"Ave Negra!







Pássaros negros
Nuvens plúmbeas
Amores turvos
Sobrevoam
Nossas almas
Cabeças...
Mentes...
Olhares...
Corações...
Ouço o bater inquieto e intangível de suas asas ao longe tão próximo
O farfalhar de suas penas
O pontiagudo de seu bico
Me rodeiam
Se esperneiam... permeiam...
Pousam...
Em mim...
Sou ninho dos inquietos
Sou hangar dos aflitos
Sou porto dos partidos
Voe a mim
Repouso a ti
Sem mensagens
Sem presságios
Tuas penas brilhantes
Teus olhos lúgubres
Na minha casa
Em minha cama
Pela minha mesa
Única certeza
Sombria ameaça
Ave negra!
Cheia de graça!