domingo, 2 de outubro de 2016

"Aurora"















Aurora se foi...
Esperando a aurora boreal
Os coelhinhos da Páscoa... o Natal
Tão pouco fadas ou duendes vieram
E sim fados doentes se fizeram
Em seus ouvidos de silêncio
Nem mesmo o dedo no fuso foi necessário espetar
A monotonia do castelo em tédio reinava desde o raiar
Só se prostrou a esperar pelo príncipe... e fiar...
O homem perfeito que nunca chegou
Porque simplesmente nunca existiu
Hoje os fios do fuso se mesclam as teias do seu sexo nunca visitado e aos fios brancos de seus cabelos
A poeira dos lábios de cima às dos lábios de baixo nunca tocados
Em seu vestido branco virginal
Mais branco que o cavalo do príncipe ausente
Antes tivesse provado os sapos saltitantes causadores de alguma alegria
Por vezes asquerosos, mas mesmo assim teriam lhe proporcionado certa euforia
Dorme então assim para sempre até suposto fim
A música ecoa pelos corredores do castelo de sua mente
A voz diz assim:
Fiando...
Fiando...
Não paro de fiar,
 Trabalho cantando
Na roca de fiar...
f...