segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

"...pisca-pisca..." - 6a. anotação da profaninha...






          ...acho que apaguei, sim apaguei mesmo, como uma fogueirinha de são joão, como uma lâmpada vagabunda ou gasta, ninguém me chamou, que merda! tenho a impressão que ouvi gingle bell, gingle bell, deve ter sido a porra no natal e me deixaram dormindo, oras bolas, bolas de árvore de natal, acho essa historieta de papai noel um saco bem vermelho e cheio de pentelhos, quero mais é ser a ponteira da árvore, sentar na ponta desse iceberg e engoli-la inteirinha com luzinhas pisca-pisca acendendo e apagando dentro de mim, estão assustados? a vida é assim, apaga e acende dentro da gente, de um segundo para o outro, que merda! ainda não sei onde estou, só breu, só breu...

(...marilyn monroe, marilyn morreu, mary christmas, marilyn christmas, marilyn krishna, krishna krishna, hare hare...)


ass. josephinne fly


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

"...lembranças do vestiário..." - 5a. anotação da profaninha...





             ...hoje saio desta caixa, porém saio somente em memória   e me teletransporto para um passado ou futuro distante, ainda não me vejo, mas percebo que são lembranças da época do colégio, ali me vejo só, andando por entre armários, corredores, portas, é quando deduzo se tratar do colégio em que possivelmente estudei, está vazio o vestiário, possivelmente após a aula de educação física, aula da qual detestava, apesar de me excitar com o que imaginava em meu ostracionismo casto, sempre distante e retardatária, noto sons e passos que adentram o local, tento me vestir depressa, mas não há mais tempo, três estudantes mais velhos, uns quatro anos a frente, daqueles que são reprovados por vários anos, estão ali estáticos, eles me cercam, seus olhares e sorrisos são cúmplices e diabólicos, de repente me despem, rasgam-me, devoram-me como cenas da National Geografic, leões devoram a gazelinha, logo partem, me vejo partida e repartida em lembranças, órgãos, vestes,corpo, porca suja, humilhada, vítima, seriam anjos sem asas? seriam demônios sem chifres? teria mesmo acontecido? ou apenas sonho, todos os dias os espero no vestiário, não sei como consegui andar de volta para casa e mamãe não percebeu nada...


(...de noite tento me satisfazer com o ursinho de pelúcia, mas ele tem menos sexo que os anjos, então pego a tesoura e acabo com ele...)

 ass. josephinne fly




domingo, 15 de janeiro de 2012

"...rádio sórdida..." - 4a. anotação da profaninha...



              ... aqui quem fala é josephinne fly, pela rádio sórdida, a trombeta do apocalipse hermético, a sujinha da caixa preta perdida no universo cosmo/chulo, a vagabunda que vaga pelo espaço sideral da pornografia digital sem saber se vive entre o bem ou o mal, fodam-se as questões,  as perguntas, os pensadores, ou as ilusões, podem gargalhar por josephinne não saber quem é, mas quem disse que você sabe quem é você, sorria você está sendo enganado...

(...pênis plunct plact zuuum, não vai a lugar nenhum, boa viagem a vagina intergaláctica, do clitóris meteórico, há ânus luz, ânus luz daqui...)

 ass. josephinne fly


segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

"caixa de pandora..." - 3a. anotação da profaninha...

            



...continuo sem me ver, sem saber, nada de nada, sem notícias de deus, de fulanos ou beltranos, me sinto nu(a), num espaço pequeno e negro, áspero, não sei, acho que estou dentro da caixa de pandora, presa por que sou uma das mazelas do mundo, o mal não pode ser solto, dormi com o anjos, mas os infelizes não me encaram, somente olham para cima com caras de nuvens, anjos inúteis, não sei se quero anjos ou demônios, antônimos ou sinônimos, estou anônima, fico com ódio e arranco as penas das asas dos malditos, eles crescem, encorpam e eu os violento lentamente, sexualmente falando, sendo que eles não tem sexo, nesses momentos penso, acho que sou homem, cão, cadela, anjo, tesão, beijo molhado, chão, agora vou me acariciar com suas penas, que peninha, acabou...

(...enquanto isso, raivosos, rabiscam as paredes, vão ter que apanhar...)


ass. josephinne fly




quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

"memória de merda..." - 2a. anotação da profaninha...





             ...acho que descobri porque me chamo josephinne fly, fly, mosca, é isso, estou as moscas, como um monte de merda, talvez seja bom ser um monte de merda, esparramar-se pelo chão, feder, ninguém querer chegar perto, sim porque o ser humano se mostra cada dia mais escroto, mais repugnante, tento alcançar meu sexo, mas não consigo, não tenho forças para saber quem sou, se sou realmente quem acho, quero sair dessa caixa de memórias lúgubres, esse limbo, vejo um carrinho de bebê, acho que é de meu irmãozinho, sim, aquele que empurrei do abismo, sweet dreams, sweet dreams...

(...acho que estou no ventre materno, preciso chupar algo, um dedo, uma chupeta, um falo, enquanto a bailarina rodopia em sonhos lisérgicos em sua caixinha, o mundo é uma caixa, acho que quero vomitar...)

ass. josephinne fly