Texto escrito por volta do ano de 1992, da série Antiguinhos Inéditos. Provavelmente piegas, mas o amor é piegas. Não é?
Eu... te amo.
Te amo...
Amo sim...
Por todos os poros,
Com toda a pele,
Todas as unhas,
Todos os pelos,
Todos os sentidos,
Por todos os gemidos.
Com todos os membros,
Todos os meus órgãos,
Toda minha carne,
Todos meus ossos e veias de sangue.
Amo sim,
Com toda minha frustração.
Com todas neuroses,
Todo tesão,
Toda fraqueza,
Toda ousadia,
Com toda minha covardia,
Amo...
Amo em segredo.
Segredo que é dor.
E que se abre,
Dor de ferida que arde,
Amor proibido,
Que me prende como grades.
Amo...
E sei que vou te amar com toda paixão,
Pelo resto dos dias.
Jamais esquecer teu nome,
Que pra muitos é comum,
Mas pra mim esta tatuado no coração
Como prece,
Oração.
Amor que sinto como corte
De tão forte
Substitui qualquer religião.
Amor...
Que me descontrola,
Peço trégua,
Que de tanta loucura
Me cega.
Que é tanto
Sem realmente poder amar.
Tão forte é o desejo
Que chega a queimar.
Que minha vontade às vezes
É de me matar,
Ou de fugir,
De me perder,
De sumir,
De me esconder,
De explodir
E desaparecer.
Mas já que não posso
Eu oculto,
Eu sufoco.
Mas às vezes quase falo,
Depois penso,
Me fecho,
Me calo.
Mas até quando será isso?
Será que vou aguentar?
Será que um de nós vai partir?
Será que um outro amor vai surgir?
Duvido...
Mas esqueça tudo,
Não importa.
Só te espero bater em minha porta.
Que seja só para ver teu sorriso,
Teu olhar,
Ouvir tua voz
E sentir tua pele,
Mesmo que seja
Num simples
Aperto de mão.