As cortinas nos invade.
Invadem a casa, insanas,
Esvoaçantes e atrevidas,
Invadindo ambientes e corredores,
Metem suas caras enxeridas,
Sopram de fora para dentro, desinibidas,
Obedecendo a insanidade do vento,
Nos observam, voyers,
Tomam conta de tudo, infladas,
Infindas, arfantes e oras enfadonhas,
Brancas de tão alvas e imaculadas.
Nos abraça e nos sufoca com suas imponências virginais.
De tão agressivas nos impede de fecharmos as janelas e nos sufocarmos
com o calor de dentro.
São balões presos aos varões, prestes a subirem e nos
levarem...
Casas, pertences, pessoas, pensamentos...
Cortinas...
Tinham apenas a função de nos darem a privacidade e ocultarem
a verdadeira verdade
O viço e o vigor da vaidade,
Elas parecem ser a multiplicidade multifacetada do seu rosto inexpressivo, fantasma do passado,.
A entrar e sair de dentro de mim...
Curtindo...
Cortinando...
Descortinando...
A noite dos desacorçoados.