(texto publicado em 2007 no blog Poeteria Crônica em endereço anterior)
existe alguém...
existe alguém...
para chegar
previsto
certo
quisto
vogais e consoantes se atrapalham e se perdem no lábio que desconhece o nome
...mas que quer pronunciar
alguém que caminha
em passos velozes
que corre lentamente
voando devagar
a divagar
olhares tentam definir essa silhueta oculta e maquiada de lacuna
... presença distante de lugar nenhum.
alguém na soleira da porta
para e raspa as solas dos sapatos
limpa no capacho
escapa antes que a porta seja aberta
somente o flash da mão que gira a maçaneta
campainha toca ressonando a partida de quem nunca chegou
... apesar de contar os dias para que a distancia das palavras se quebre
sino de catedral
missa de sétimo dia
que falta para você nascer
parir-se da inexistência
renascimento da Idade das Trevas
amanhecer de uma tarde noturna que revela aos poucos
... em cenas, capítulos e atos.
nublada noite de sol
corpo-olhos-dor
redescobrimento
do que ainda não aconteceu
que ainda está por vir
parque possível de possibilidades remotas e futuras
... imediatamente prometidas a tempos.
há um ciclo que se abre
da mesma matéria do que se fechou
ao longe seu corpo
está sob o mesmo sol
próximo à mesma sombra
existe sim
alguém...
alguém...
Amei a cara nova deste blog... Assim como tudo que você escreve...
ResponderExcluir