terça-feira, 19 de abril de 2011

"era dia de festa..."




... era dia de festa...

Não sei ao certo por quê? Mas tenho plena certeza que era dia de festa. Comemoração.

Nós fomos à festa onde não conhecíamos quase ninguém, mas isso era tão irrelevante tratando-se de um dia de festa que pouco nos importamos.

Não tentamos conhecer todos da festa, e sim persuadimos a todos, sem que os próprios percebessem, mas sim soubessem quem éramos nós.

Comemoramos, bebemos. Comemos, bebemoramos. Bebemos, bebemos... nos entregamos, nos esfregamos, comemos, comeram-nos, com copos e copulamos, copularam-nos sob a cúpula da luminária de design italiano derramando copos e líquidos. O que importava não era a conturbada festa dionisíaca e sim... o design. Da luminária italiana e dos copos.

Ofendemos os poucos amigos e nos entregamos literalmente degustando inimigos como ambrosías.

Caímos, rolamos e ao raiar do dia partimos conhecendo menos pessoas das poucas que chegamos conhecendo.

Partimos apagando mais ainda a imagem que quase poucos, quase nunca, sempre tiveram de nós quase sempre.

Dias depois ousamos tentar lembrar do que fizemos, mas a dor da amnésia era maior que a dor da ressaca moral rançosa do rancor da perda do que não houvera.

...então indagamos:

- O que se comemorava mesmo naquela festa?



sábado, 9 de abril de 2011

"Não Adianta Mais"




Não adianta...


Não adianta mais falar...


De que adiantaria comentar... sobre o que teria sido, sobre como poderia...?

Não há mais tempo...

Os números dispersaram em horas, voaram em ponteiros janela a fora.
De que vale imaginar como poderia ter sido, o que teriam dito?
Se haveriam beijos intensos? E quantos? E se o sexo seria inenarrável ou não.
Como seria se envelhecessem ou como seriam os filhos...
Falaríamos sobre carros que seguiriam seus rumos sem bater ou capotar, de um deitar na cama com despertar e não de um sono eterno.
Um encontro que nunca aconteceu.

Não adianta mais...

Não adianta...

Não...