Pássaros negros
Nuvens plúmbeas
Amores turvos
Sobrevoam
Nossas almas
Cabeças...
Mentes...
Olhares...
Corações...
Ouço o bater inquieto e intangível de suas asas ao longe
tão próximo
O farfalhar de suas penas
O pontiagudo de seu bico
Me rodeiam
Se esperneiam... permeiam...
Pousam...
Em mim...
Sou ninho dos inquietos
Sou hangar dos aflitos
Sou porto dos partidos
Voe a mim
Repouso a ti
Sem mensagens
Sem presságios
Tuas penas brilhantes
Teus olhos lúgubres
Na minha casa
Em minha cama
Pela minha mesa
Única certeza
Sombria ameaça
Na minha casa
Em minha cama
Pela minha mesa
Única certeza
Sombria ameaça
Ave negra!
Cheia de graça!
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