segunda-feira, 19 de outubro de 2015

“Bebo-te”




Assim que te vi derramei-me por aí

Derreti

Derradeiro por ti

Fui ao chão e voltei

Como copo que vira

Líquido que esparrama

Taça que derrama

Me espalhei em desatino

E me recompus, voltei a forma

A forma de copo da noite

Em mim

Nunca imaginei que te beberia

Te saborearia

Te degustei

Te sorvi

Lambuzei-me de ti

Agora vives aqui dentro de mim

E saboreio-te dia a dia

Tuas formas

Teu cheiro

Teu gosto

Vicio-me compulsivamente

Em beber-te sem doses homeopáticas

Em poses homoeróticas

Em goles cavalares

Elixir placebo sem medida

Engasgo-me de ti

Encho o caneco

As garrafas

Estoco...

As cachaças vãs

As taças das manhãs

O liquido arde pela tarde

Sob seu vinho tinto beijo sofro açoite da noite

Delicio-me em lembranças gotas

Do sabor de cada poro da pele tua

De cada linha de tua boca

As curvas da taça do corpo teu

Você penetra em mim como chuva que a terra absorve

E logo parte com suas asas morenas subindo como álcool

Borbulhando, evaporando para as nuvens...

Fico lembrando de nosso banho espumante


E para não esquecer seu rosto e corpo


Engarrafo-te em imagens


Bebo-te

Beba-me

Embebedo-me



Brindando nossos corpos copos

Tim Tim!



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