Assim que te vi derramei-me por aí
Derreti
Derradeiro por ti
Fui ao chão e voltei
Como copo que vira
Líquido que esparrama
Taça que derrama
Me espalhei em desatino
E me recompus, voltei a forma
A forma de copo da noite
Em mim
Nunca imaginei que te beberia
Te saborearia
Te degustei
Te sorvi
Lambuzei-me de ti
Agora vives aqui dentro de mim
E saboreio-te dia a dia
Tuas formas
Teu cheiro
Teu gosto
Vicio-me compulsivamente
Em beber-te sem doses homeopáticas
Em poses homoeróticas
Em goles cavalares
Elixir placebo sem medida
Engasgo-me de ti
Encho o caneco
As garrafas
Estoco...
As cachaças vãs
As taças das manhãs
O liquido arde pela tarde
Sob seu vinho tinto beijo sofro açoite da noite
Delicio-me em lembranças gotas
Do sabor de cada poro da pele tua
De cada linha de tua boca
As curvas da taça do corpo teu
Você penetra em mim como chuva que a terra absorve
E logo parte com suas asas morenas subindo como álcool
Borbulhando, evaporando para as nuvens...
Fico lembrando de nosso banho espumante
E para não esquecer seu rosto e corpo
Engarrafo-te em imagens
Bebo-te
Beba-me
Embebedo-me
Brindando nossos corpos copos
Tim Tim!
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