Os foliões passaram numa algazarra e Terezinha sem Jesus de uma queda não foi ao chão. Pois
apesar de um pouco alcoolizada, na verdade, um tanto embriagada, para ser
sincero, Terezinha estava bêbada, sorte não estar sobre saltos e sim de
rasteirinhas, assim traçou uma linha imaginária e foi até o carro, não titubeou,
não trançou as pernas, não caiu... saiu cantando pneu e assoviando... se você fosse sincera... ô...ô...
Os três cavalheiros não precisaram acudir, já que queda
alguma houve, estavam eles possivelmente mais alterados que ela, cada um se
despediu e foi para um rumo desigual, nenhum deles chapéu não mão, a lata, o
copo, a garrafa apenas isso...as ruas repletas de confetes e serpentinas agonizantes.
Ninguém lhe deu a mão, Terezinha é feminista e extremamente
independente, beira o insuportável, um deles tentou, ela virou um sopapo que não acertou pelo grau alcoólico.
Terezinha sem Jesus, “ele” Jesus, era seu funcionário,
primeira vez que ele aparecia de madeixas cortadas, havia vendido os fios em
troca de uma graninha para beber no carnaval. Na verdade, Jesus era só um apelido devido sua aparência,
seu verdadeiro nome era Thomaz.
Por isso o primeiro não foi seu pai, ela não fala mais
com ele, só aguarda a hora da herança, nem tão pouco seu irmão, Terezinha só
tem irmãs, ela não deu a mão para ninguém, chegou em casa sã e salva graças a
ela mesma, não pediu proteção e nem ajuda a nada, Terezinha era ateia, se
deitou na cama que seu terceiro marido esquentava o lugar.
Terezinha apagou e teve certeza que acordaria de ressaca.
Os três amigos, cada um em seu rumo, um ia ver se
passaria no vestibular, outro revoltado com sua remuneração na empresa, o outro
procurava emprego.
Todos em seus respectivos lares, individualmente acordaram com uma batucada na cabeça, juraram que nunca mais beberiam... até a noite.
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