domingo, 2 de maio de 2010

"Para Dina Sfat"



Vivendo,
Fugindo,
Mentindo,
Enganando,
Amando.
Vivendo,
Fingindo viver,
Aprendendo a sobreviver.
Enganando a si mesmo, sem temer.
Mas o que importa é olhar pra frente,
Nunca parar.
Olhar pra trás,
Nem pensar...
E sempre caminhar, caminhar...
Sem pensar em cansar.
Saltando as pedras,
Afastando-se dos espinhos,
Abrindo as portas,
Sem saltar das janelas.
Representando sempre,
De frente para a platéia,
Sorriso não falta,
Lágrimas contidas,
Luzes da ribalta.
Não se pode decepcionar o público,
Então, mantenha-se representando,
Num brilho que é único
E que com o tempo pode ir se apagando.
Já que a vida imita a arte
E a arte imita a vida,
Não precisa talento,
É só tirar do âmago uma lembrança
Lá do fundo esquecida.
A cortina vai se abrir,
Entre no palco da vida sem pensar,
Sem medo de se ferir.
Represente seu papel sem decorar.
A vida é como um filme,
Você nunca sabe quando vai acabar,
Roda rapidamente,
Mas pode acabar de repente...
Por isso, represente sim!
A não ser no seu camarim,
Quando se olhar no espelho
E no fundo de seus olhos se abrir uma porta,
Onde você vai ver
Que lá dentro ainda existe um ser
E que por baixo da maquiagem
Existe um rosto e não uma imagem.
Que debaixo do traje,
Um coração ainda bate.
Mas quando as luzes se apagam,
A cortina se fecha,
Não há mais nenhuma brecha.
Quando a fita se acaba,
Não resta mais nada.
Palmas pra que te quero?


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