terça-feira, 14 de setembro de 2010

“Talvez Tarde”

O que falar?
Por que falar?
Para quem dizer?
Olá...
Em quem chegar?
Nadar até...
Palavras nas bocas
Para perpetuar ideias
Poesia contraditória de concreto armado
Janelas acesas agora
Que já se apagaram há décadas
Tal como estrelas adormecidas em coma induzido
Assim falar para o cosmo
Assim calar para um ósculo
Leve orgasmo de um roçar de lóbulos
Enquanto a poesia chega
Há um silêncio atrás da porta
Tem Luzía atrás da horta
Mesmo porque, Inês já é morta
Quem se importa?
Então fale agora
Não importa o quê
Seja para quem for
Não espere a alvorada
Antes que as palavras se afoguem sem te ouvir
Que as ideias se dissipem sem chegar
Que a poesia se esfarele como bolo de fubá 
de duas torres
Que as janelas não se acendam
Por que as estrelas agonizam em dor
E os orgasmos se intimidam em bolor
A horta apodrece exalando mau odor
Enquanto Luzia enterra Inês
E a porta se fecha
O silêncio adormece...


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