sábado, 4 de setembro de 2010

“Cabide”


Despistastes
Fugistes
Disfarçastes
Mas chegastes à conclusão
Que sou teu melhor ninho
O mais seguro afago e repouso
Então voltas como quem não quer nada
E me vestes
Viestes me vestir
Voltastes para descobrir e cobrir minha nudez
De Vestes
E eu fico assim parado te aguardando com cara de pau
De pau duro
Preso
Capitão gancho
Prisioneiro clandestino
Sem saber o que fazer
Muito menos pra onde ir
Pendurado no pau de arara
Sem tortura física
(Somente tortura moral e psicológica)
Sem sair do armário para os dias
Então te despes diante de mim
Me vestes e te vejo assim em pele
Já que viestes
Feche as portas
Que agora sim
Aqui dentro tomo tua forma
Teus ombros bebem forma de mim
Meus companheiros
Pobres soldados desarmados ficam sós
Enquanto alguém não desfaz a bagagem





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