terça-feira, 27 de março de 2012

"...o soninho da fagulha vadia..." - 10a. anotação da profaninha...




...xiiiiiii!!! acho que dormi demais, depois de um longo e tenebroso verão, volto eu então, aí que soninho! parece que dei uma cochiladinha e fiquei um tempo sem escrever meus sórdidos pensamentos neste diário escroto/fétido também, ninguém lê essas porras, quem vai querer saber quem é josephinne fly, só mesmo quem não tem merda nenhuma pra fazer, ei você, você mesmo que está lendo isso, vá fazer algo de útil de sua inútil vida fútil, acho que estou morta, pois estiquei meu braço para achar meu sexo e achei uma flor velha, caralho! você nem pra me ajudar a desvendar essa porra de mistério!... 

(...sou a primeira daminha do armagedon blasfemando bla-bla-blas em diversos tons, sou hiroshima e nagasaki de araque que eclode dentro de mim e explodo por todos os oríficios, clitóris mamilos edifícios, torres gêmeas cobiçadas pelos homens de todo o mundo zzzzzzzzzzzzzzz...)


ass. josephinne fly
 


segunda-feira, 19 de março de 2012

"...vaca/cadela..." - 9a. anotação da profaninha...







     ...é sempre assim, vaca, cadela, suor, cio, saio e sacio, sedenta, papai não sabe, mas acho que mamãe desconfia, acho na verdade que mamãe me odeia, puro ciúmes de papai, acho que eu o amaria, acho que eu a mataria, depois pastaria, chafurdaria, porca/égua de mim, maldita bendita seja, natureza essa que me fez com o buraco negro do universo dentro de mim, satélites, anéis de saturno, ÓVNIS, agora me volto para esse buraco escuro em que me encontro, será que ainda não nasci, estou num útero, placenta plástica, pensamento placebo momentâneo...

(...mesmo assim me masturbo pensando em alienígenas com duas cabeças e três membros viris a virar a revirar pelo meu planetinha putrefato...)


ass. josephinne fly





quinta-feira, 8 de março de 2012

"A Volta da Mulher/Árvore"




Ela sempre esteve presente... por ali mesmo, na sala, nos quartos, na cozinha, na área de serviço, na varanda às vezes, muito na cozinha, quase sempre na área de serviço, muito pouco na rua, muito mesmo longe dali, quase nunca em outro lugar. Olhava para a jabuticabeira do quintal e se sentia igual, enraizada, dava sombra, frutos, imponente... 

Sim ela sempre havia se mantido aparentemente a esposa perfeita, a melhor mãe do mundo, todos comentavam, seus pratos, bolos, as roupas impecáveis. 

Um dia acordou e quis ser mais, ser bonita, ser vista pelos outros, não ter horários, sentia falta de reconhecimento, um reconhecimento que não fosse de cozinheira, lavadeira, passadeira, faxineira...

Sempre havia estado ali, mas sempre havia viajado nas páginas de sonhos, outros países, outros homens, aventuras, mistérios, paixões... ia, voltava, partia, retornava, seguia, chegava...

Havia chegado a hora de vivê-las, deixou um bilhete longo e bem explicado, cheio de amor, quase não levou nada, pois não gostava quase de nada que tinha. Fez uma retirada na conta conjunta e pegou seu destino, o qual não fazia ideia, desconhecia. 

Agora sim partia para o que sempre existiu, o cenário fora de seu jardim, externando suas raízes, quase se preocupou até se lembrar que não queria pensar em obrigações ou num ponto de chegada. Sim, um dia voltaria, deixou avisado, só não sabia dia, mês, ano...

Sorriu pra a placa que se afastava e avisava a distância da cidadezinha que deixava pra trás. Logo se lembrou de que havia esquecido algo no fogo pela primeira vez e algo explodia a distância incendiando o lar doce lar. 

Respirou fundo, se escondeu atrás dos óculos escuros assoviando “My Way”.