As cicatrizes falam. Sim as cicatrizes
cantam, elas não encantam, somente na época em que ainda não eram cicatrizes. Elas nunca deixam de existir, sempre estarão ali, sempre... pra não nos deixar
esquecer o que aconteceu - aquele dia, àquela hora, naquele dado momento... ele
surgiu.
E fico me perguntando incessantemente
como seria se eu não estivesse naquela sala? Naquele dia e naquela hora? - numa
fração de segundos. Olhos vendados pela distância. Mãos atadas pelo abismo.
Acredito que morremos sem levar
na bagagem a explicação de muitas coisas, entre estranhos fenômenos existem as
duvidas mais singelas, que começam com - por quê? Por que dissemos isso? Por que
fizemos aquilo? Por que não foi diferente? É o que sempre digo, - são as
escolhas...
A porta azul e não a vermelha, que de cor mais amena, levou a ti a um caminho ainda mais longo e tortuoso, andou em círculos por anos e anos e talvez a vermelha seria um jardim agradável e profícuo.
A porta azul e não a vermelha, que de cor mais amena, levou a ti a um caminho ainda mais longo e tortuoso, andou em círculos por anos e anos e talvez a vermelha seria um jardim agradável e profícuo.
São as escolhas sempre, atravessar
a rua agora? Dizer sim ou não àquele convite?
Não sei...
A inércia também pode ser uma
escolha. Como entender? Não entender. Às vezes é melhor guardar a curiosidade
que passará, e ficar sem saber. O silêncio pode ser mais precioso que a cruel
verdade, ou então não, escarafunchar toda - ela ferida - até o fim, pútrida,
fétida, pustulenta e suportar a grosseira e demorada cicatriz que de tempos em
tempos não se cala, lateja e oras sangra como virgem.
Calar as cicatrizes e virar a
esquina, suspirar e engolir a pedra na garganta, é mudar a música que toca. As
cicatrizes são cactos de formas humanas nos assombrando em risinhos uivantes ao
vento que cantarola no meio do deserto de sua mente inquietante, passado que
não passa, passa o ferro, não desamassa o passado amarfanhado que foi ontem.
Às vezes a melhor escolha para a
cicatriz, é não atender o telefone, não ouvir o interfone ou a campainha, virar
a página... passar... passar...
Ponto final.
Sempre haverá as escolhas! Bonito o jeito que vc extravasa sua emoção! Bjs,
ResponderExcluirque lindo Povereto... não sei se essa cicatriz é sua, ou se essa cicatriz é minha... ou seja, essa cicatriza é de todos aqueles que se feriram e estão feridos... as feridas estão ai, abertas... se aprontando pra cicatrizar... vai passar... uma hora vai passar... não sei quando, mais sei que vai... te amo amigo. Lindo texto!
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