Séculos depois
Em notas de viagem
Sempre a viajar
E viajar, viajar
Alma a vagar
Por oceanos e Terras
Ares e chamas
Decido então sem proclamas
Que a partir de então
Alma cigana adormece a sonhar
Apenas por hora
Paixões nômades a se acalentar
Frutos e flores
Galhos e folhas
Com tronco e raiz
Local da matriz
De frente pro porto
De costas pro horto
Antigas árvores esquartejadas em dor
São agora bravos navios a vapor
Estão sempre a chegar
E a partir e ir e vir
Assisto ao espetáculo
Por hora
Em uniforme tronco receptáculo
E plena raiz
Com vista panorâmica em matiz
De frente pro mar
Não são ventos a derrubar
Que farfalham folhas a cair
É a experiente árvore que gargalha
A sacolejar, a sacolejar
Em raiz com vista pro mar
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