Virginia
havia viajado o mundo inteiro, devido seu trabalho com sua carreira bem
sucedida como modelo e também com seu marido por causa do trabalho dele - não
vem ao caso - ainda assim sempre viajavam nas férias.
Um dia
Virginia cansou de tudo isso, do estar em vários lugares, decidiu que precisava
de repouso, sossego, tranquilidade, transformação...
Queria
agora pousar suas asas cansadas...
Soube da
mansão rubra que realizava os mais exóticos desejos e assim foi para lá, e aterrissou...
E seu
desejo foi fazer as coisas mais vulgares que todo mundo faz todos os dias, sem
glamour, sem novidades, a vida medíocre e cotidiana.
Queria agora o essencial,
o principio e desta forma, não quis mais seu marido. Para poder sentir o sabor
da essência da vida solicitou a “casa”, homens simples – que não cheiravam à
ouro e à cobre -, e assim se entregou ...
Agora era
uma mulher normal, que fazia coisas normais: lavava louças, limpava chão,
lavava as privadas da mansão vermelha, cozinhava...
e recebia
homens normais, trabalhadores, pedreiros, operários, bancários, vendedores...
Sendo assim
havia renascido... rompia a casca do casulo da velha vida de outrora e se
expelia saltando para o mundo de uma nova vida.
Encontrava
agora sua origem, só não sabia o quanto poderia durar, e querer então correr de
volta para o brilho do passado. Voaria envolta da luz enganadora de ilusão e se
debateria até morrer seca. Mas a vida é assim, repleta de fases, suas mutações,
seus ciclos.
Agora sentia que voava... sem sair da cidade... sem tirar os pés
do chão.